Há quem considere um ato de coragem. Ou de loucura. Trocar um emprego indigesto, mas lucrativo, por uma atividade prazerosa, mas de rendimento incerto, é algo que muitos pensam, mas poucos colocam em prática. De acordo com a psicóloga Cleia Cunha, o sonho de transformar um hobby em profissão costuma vir à tona especialmente no fim de ano, período em que muita gente está descontente com o atual emprego.
“É natural que pessoas maduras, que estejam na profissão há algum tempo, pensem nisso, e que algumas tomem finalmente esse tipo de decisão”, afirma a psicóloga. Ao seguir esse rumo, porém, é preciso ter a cabeça fria para afastar ilusões de sucesso e temores infundados de fracasso.
Decisão planejada
Quando um hobby se transfora em emprego, há uma grande probabilidade de que o serviço seja feito com mais paixão e esmero. No entanto, isso não garante necessariamente o seu êxito. “Tanto pode dar certo, quanto pode não dar. Prazer e habilidade são atributos importantes, mas é preciso ter também um planejamento de negócio. Não por acaso tantas pousadas abrem e fecham no Brasil. Uma coisa é gostar de frequentar pousadas e outra é abrir uma”, exemplifica Cleia.
“Para ter sucesso em um mercado competitivo, é preciso fazer o que se gosta e no local certo”, completa a psicóloga Adriana Fernandes, especialista em coaching da GD9. “A maior dificuldade é associar o que se gosta de fazer no tempo livre com algo realmente lucrativo, que ofereça independência financeira”, afirma Adriana.
Para quem vive com a família, também é fundamental discutir com o pessoal de casa esse projeto de profissionalização do antigo “passatempo”. Afinal, muitas vezes a mudança de ofício altera o padrão de vida. “Diante dessas questões delicadas, antes de tomar a decisão, é normal essa pessoa pensar que está maluca ao desejar isso. Por mais que seja planejada, a mudança traz apreensão. Mas, depois, tem tudo para virar satisfação”, opina Cleia.
GAZETA DO POVO
0 comentários:
Postar um comentário