Vinte e dois líderes religiosos foram presos durante a
operação "Canaã - A Colheita Final" da Polícia Federal (PF),
deflagrada nesta terça-feira (06-02-18). Eles fazem parte de uma seita, que
atuava em municípios da Bahia, Minas Gerais e São Paulo.
De acordo com
a investigação, o grupo praticava os crimes de redução de pessoas à condição
análoga à escravidão, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa,
falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Ainda segundo
a PF, os dirigentes da seita religiosa teriam aliciado pessoas em sua igreja na
cidade de São Paulo, convencendo-as a doarem todos os seus bens para as
associações controladas pela organização criminosa. Para tanto, teriam se
utilizado de doutrina psicológica, sob o argumento de convivência em
comunidades, onde todos os bens móveis e imóveis seriam compartilhados.
Trabalho escravo
Depois de
doutrinados, os fiéis teriam sido levados para zonas rurais e urbanas em Minas
Gerais, nas cidades de Contagem, Betim, Andrelândia, Minduri, Madre de Deus,
São Vicente de Minas, Pouso Alegre e Poços de Caldas.
Já na Bahia,
foram levados para Ibotirama, Luís Eduardo Magalhães, Wanderley e
Barra. Nestas cidades, os fiéis teriam sido submetidos a extensas jornadas
de trabalho, sem nenhuma remuneração. Eles trabalharam em lavouras e em
estabelecimentos comerciais variados, como oficinas mecânicas, postos de
gasolina, pastelarias e confecções.
Por meio da
apropriação do patrimônio dos fiéis e do desempenho de atividades comerciais
sem o pagamento da mão de obra, a seita teria acumulado um extenso patrimônio,
contando com casas, fazendas e veículos de luxo. Atualmente, estaria expandindo
seus empreendimentos para o estado do Tocantins, baseados na exploração ilegal.
Investigação
A
investigação teve início em 2011, quando a seita estava migrando de São Paulo
para Minas Gerais. Em 2013, foi deflagrada a 'Operação Canaã', com inspeções em
propriedades rurais e em algumas empresas urbanas. Em 2015, foi desencadeada
sua segunda fase: 'De volta para Canaã', quando foram presos temporariamente
cinco dos líderes da seita.
Essa é
a terceira fase da operação, com a prisão preventiva de 22 líderes da
seita, que poderão cumprir até 42 anos de prisão, se condenados.
Durante a
operação, foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, 17 de interdição de
estabelecimento comercial e 42 de busca e apreensão. Duzentos e vinte policiais
federais e 55 auditores fiscais do Ministério do Trabalho participaram da ação.
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