A quantidade de
produtos alimentícios brasileiros testados positivamente para a bactéria
salmonella na Europa aumentou 1.400% entre 2016 e 2017. Carregamentos de aves
congeladas, principalmente de frango e peru, são os mais afetados, mas a lista
também inclui produtos à base de soja, farinha de soja transgênica, pimenta-preta
e os “ossinhos” para cães, que são feitos de couro bovino.
As notificações foram
emitidas pelo Sistema de Alerta Rápido para Alimentos e Rações, vinculado à
Direção-Geral de Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia.
Em 2017, o órgão emitiu 371
notificações para produtos brasileiros de origem animal, sendo 330 relacionadas
à salmonella. Em 2016, foram 56 alertas, dos quais 22 para a bactéria.
Falhas na fiscalização sanitária do
Ministério da Agricultura foi o motivo alegado pela Comissão Europeia para
barrar na quinta-feira passada (20 de abril) a exportação de carne de 20
frigoríficos brasileiros que estavam autorizados para vender ao continente. O
veto afeta principalmente a exportação de frango. Para o ministro da
Agricultura, Blairo Maggi, a medida não se deve a problemas na fiscalização,
mas a uma guerra comercial, com objetivo de criar barreiras aos produtos
brasileiros e proteger os produtores europeus.
O bloqueio europeu
foi anunciado um mês após a Polícia Federal deflagrar a terceira fase da
operação Carne Fraca, quando investigações apontaram que frigoríficos
brasileiros fraudavam testes em laboratório para esconder a presença de
salmonella em produtos de exportação. As fraudes se concentraram na BRF (dona
das marcas Sadia e Perdigão) e contaram, inclusive, com a vista grossa de
executivos da empresa.
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