Além da condenação no caso triplex, que levou Lula
à prisão da Lava Jato, o petista ainda enfrenta outras seis ações penais e uma
denúncia da Procuradoria. Dois processos estão nas mãos do juiz federal Sérgio
Moro e outros quatro sob competência da 10.ª Vara Federal de Brasília.
O ex-presidente (2003/2010) se entregou no sábado
(07-04-18), em meio a uma intensa tratativa entre seus advogados e a Polícia
Federal e depois do último comício, nos braços de apoiadores, no qual disse
"desafiar" seus algozes - procuradores, policiais e juízes - para
debate sobre as provas que levaram à sentença de 12 anos e um mês de prisão por
suposta propina de R$ 2,2 milhões correspondentes às reformas no imóvel do
condomínio Solaris, em Guarujá.
Ainda na Lava Jato em Curitiba, Lula é réu duas
vezes, na Vara de Moro. Em uma das ações, responde por suposta propina de R$
12,5 milhões da Odebrecht - o valor é referente a um terreno em São Paulo onde,
segundo delatores, seria sediado o Instituto Lula, e imóvel vizinho ao seu
apartamento em São Bernardo do Campo. Assim como o triplex, a força-tarefa afirma
que os imóveis foram comprados por meio do uso de laranjas e custeados pela
empreiteira.
Perante ao juiz Sérgio Moro, também se defende de
ação em que é acusado de receber das empreiteiras OAS, Odebrecht e Schahin
vantagens indevidas de R$ 1,1 milhão por meio de reformas no Sítio Santa
Bárbara, que frequentou diversas vezes, em Atibaia, e está em nome de Fernando
Bittar, do filho de seu correligionário e ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar.
Sob tutela dos juízes Vallisney de Souza Oliveira e
Ricardo Leite, respectivamente titular e substituto da 10ª Vara Federal em
Brasília, e onde tramitam outros quatro processos contra Lula relacionados às
operações Janus, Lava Jato e Zelotes.
No âmbito da Operação Janus, Lula é réu por
corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência
por supostamente ter recebido valores da Odebrecht por meio de uma empresa do
sobrinho de sua ex-mulher, Taiguara Rodrigues. Segundo o MPF, "as práticas
criminosas ocorreram entre, pelo menos, 2008 e 2015 e envolveram a atuação de
Lula junto ao BNDES e outros órgãos sediados em Brasília com o propósito de
garantir a liberação de financiamentos pelo banco público para a realização de
obras de engenharia em Angola
Lula responde a outros dois processos, no âmbito da
Operação Zelotes. Um é sobre suposta aceitação de promessa de vantagem indevida
de R$ 6 milhões para favorecer montadoras na edição da Medida Provisória 471,
de novembro de 2009.
Já o processo sobre suposto tráfico de influência e
corrupção na compra dos caças Grippen estava paralisado para cumprimento de
cartas rogatórias, quando é necessário ouvir pessoas fora do País ou em
localidades fora de Brasília, e deve ter seus interrogatórios realizados em
fevereiro. A previsão é que em março o caso esteja concluso para sentença do
juiz Vallisney de Souza Oliveira.
Em outra denúncia, Lula e companheiros de partido,
como o ex-ministro e candidato a delator Antônio Palocci, a ex-presidente Dilma
Roussef, entre outros, são acusados por formarem suposta organização criminosa.
Apelidado de Quadrilhão do PT, o caso foi denunciado pelo ex-procurador-geral
da República Rodrigo Janot em 2017. A denúncia acusa recebimento de R$ 1,48
bilhão em propinas pelos petistas, no esquema de desvios na Petrobras. O
ministro Edson Fachin encaminhou a denúncia contra 16 pessoas para a Justiça
Federal de Brasília.
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