Muitos especialistas consideram que o lixo
plástico pode ser um dos maiores desafios de desenvolvimento sustentável do
século 21. A prova disso é que a poluição plástica é tema do Dia Mundial do
Meio Ambiente 2018, celebrado nesta terça-feira, dia 05 de junho.
O problema é global e onipresente. Cerca de 75% das 8,3 bilhões de
toneladas de plástico produzidas pelo ser humano desde a invenção do plástico
já viraram lixo; e só 20% desses resíduos foram incinerados ou reciclados de
algum modo, segundo um estudo publicado em 2017.
"Estamos acumulando plástico no planeta de tal forma que essa
ficará conhecida como a era geológica do plástico", disse a gerente de
campanhas da ONU Meio Ambiente no Brasil, Fernanda Daltro, acrescentando que
"o impacto é colossal".
Derivado do petróleo, o plástico nunca se degrada por completo na
natureza. O material apenas se quebra em pedaços cada vez menores, em um
processo de decomposição que pode levar centenas de anos. Mesmo os plásticos
chamados biodegradáveis não "desaparecem"; apenas se quebram mais
rapidamente.
O ambiente mais afetado são os oceanos. Cientistas estimam que há mais
de 5 trilhões de pedaços de plástico flutuando nos mares, e outras 8 milhões de
toneladas do material são despejadas no oceano todos os anos, na forma de
garrafas, embalagens e outros resíduos plásticos carregados pelos rios e pela
chuva.
Uma grande parte é arrastada para alto-mar e fica circulando durante
anos, até encalhar em alguma praia ou se juntar a uma das seis gigantescas
"manchas de lixo" que existem nas regiões centrais dos Oceanos
Pacífico, Atlântico e Índico.
As vítimas mais óbvias são milhares de tartarugas, baleias, golfinhos,
aves e outros animais marinhos que morrem pela ingestão de plástico ou presas
em redes de pesca descartadas - as chamadas "redes fantasmas", que
também são feitas de plástico e levam centenas de anos para se decompor.
Mas essa é só a ponta do iceberg. A parte mais problemática do lixo
plástico é invisível a olho nu: são as partículas microscópicas, conhecidas
como "microplástico", que se misturam ao plâncton e contaminam a
cadeia alimentar marinha, podendo chegar ao homem, com efeitos ainda
desconhecidos sobre a saúde humana. Estão misturadas à água e à areia de todas
as praias do mundo.
O problema precisa ser atacado em várias frentes, dizem os
pesquisadores; tanto na produção quanto no consumo, no reaproveitamento e no
gerenciamento de resíduos. Cerca de 40% do plástico produzido atualmente é
descartável - ou seja, feito para ser usado uma única vez, como copinhos,
canudos, embalagens e sacolas.
A União Europeia está discutindo neste momento uma série de medidas
legais de combate ao lixo plástico, entre elas o banimento de produtos descartáveis
para os quais há uma alternativa viável, como canudos e cotonetes plásticos.
No Brasil, o governo federal aderiu à campanha Mares Limpos, da ONU, e
assumiu um compromisso voluntário de redução da poluição marinha.
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