Base da alimentação do brasileiro, o arroz e
o feijão representam 38% do montante de alimentos jogado fora no país. O dado
faz parte da pesquisa sobre hábitos de consumo e desperdício de alimentos, do
projeto Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil, liderado pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com apoio da Fundação Getulio
Vargas (FGV).
A pesquisa ouviu 1.764 famílias de diferentes classes sociais e de todas
as regiões brasileiras. O ranking dos alimentos mais desperdiçados mostra arroz
(22%), carne bovina (20%), feijão (16%) e frango (15%) com os maiores
percentuais relativos ao total desperdiçado.
Os dados detalhados da pesquisa foram
apresentados nesta quinta-feira (20-09-18) no Seminário Internacional Perdas e
Desperdício de Alimentos em Cadeias Agroalimentares: Oportunidades para
Políticas Públicas, na sede da Embrapa, em Brasília (DF).
No Brasil, a média de alimentos desperdiçados por domicílio é de 353
gramas por dia. Individualmente a média é de 114 gramas por dia.
Entre os motivos do desperdício apontados pelos pesquisadores está a
busca pelo sabor e a preferência pela fartura dos consumidores brasileiros. O
não aproveitamento das sobras das refeições é o principal fator para o descarte
de arroz e feijão.
Os resultados mostraram que 61% das famílias priorizam uma grande compra
mensal de alimentos, além de duas a quatro compras menores ao longo do mês. De
acordo com os pesquisadores, esse hábito leva ao desperdício pois aumenta a
propensão de comprar itens desnecessários, especialmente quando a compra farta
é combinada com o baixo planejamento das refeições.
Algumas contradições também aparecem entre o público pesquisado.
Enquanto 94% afirmam ser importante evitar o desperdício de comida, 59% não dão
importância se houver comida demais na mesa ou na despensa. A maioria das
famílias (68%) valoriza muito ter uma despensa e geladeira cheias de alimento.
Outra descoberta relevante da pesquisa é que 43% das pessoas concordam
que “os conhecidos jogam comida fora regularmente”, mas quando abordado o
comportamento da própria família o problema não aparece tanto.
Fonte: Embrapa
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