Os membros do Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central decidiram, por unanimidade, manter a Selic (os juros
básicos da economia) em 6,50% ao ano. O comunicado da decisão, no entanto, diz
que o estimulo à economia poderá ser "removido gradualmente caso o cenário
prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária
e/ou seu balanço de riscos apresentem piora".
Com o anúncio feito na noite desta quarta-feira (19-09-18), a taxa
permaneceu no nível mais baixo da série histórica do Copom, iniciada em junho
de 1996. Foi a quarta manutenção consecutiva da taxa neste patamar.
A decisão desta quarta era largamente esperada pelos economistas do
mercado financeiro.
Ao justificar a decisão desta quarta, o BC afirmou por meio de
comunicado que "a conjuntura econômica ainda prescreve política monetária
estimulativa". "Ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa
estrutural", cita o documento.
O texto argumenta ainda que "a evolução do cenário básico e do
balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente".
Para o futuro, o Copom diz que "os próximos passos da política
monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço
de riscos e das projeções e expectativas de inflação".
O Banco Central atualizou para cima as principais projeções para a
inflação em 2019. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio
e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou
sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em
2018 de 4,2% para 4,1%. No caso de 2019, a expectativa subiu de 3,8% para 4,0%.
No cenário de referência, em que o BC utilizou uma Selic fixa a 6,50% e
um dólar a R$ 4,15 nos cálculos, a projeção para o IPCA em 2018 subiu de 4,2%
para 4,4%.
No caso de 2019, o índice projetado aumentou de 4,1% para 4,5% - já
acima, portanto, do centro da meta de inflação no próximo ano, de 4,25%. As
projeções anteriores constaram na ata do encontro anterior do Copom, divulgada
no início de agosto.
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