A vida nos desafia constantemente: algumas vezes
conseguimos prever o que nos espera; em outras tantas, um sentimento de
angústia e insegurança toma conta frente ao inesperado. Um diagnóstico de
câncer é uma estrada repleta de desafios que só o paciente pode trilhar. No
entanto, saber que existem pessoas e instituições para apoiar esta jornada pode
tornar o caminho mais leve.
Em 2018, quase 600 mil homens e mulheres receberão
o diagnóstico de câncer. Destes, aproximadamente 10%, ou seja, 60 mil, serão de
câncer de mama. Cada luta é única, particular e resguarda em si sentimentos e
sensações inexplicáveis. Contudo, essa mesma luta individual pode ser
compartilhada e ajudar no fortalecimento de pessoas que enfrentam a doença.
As organizações de pacientes são importantes fontes
de apoio e compartilhamento de experiências únicas que visam o bem-estar da
pessoa que está passando pelo diagnóstico e tratamento de um câncer. É uma via
de mão dupla, capaz de transformar e reconhecer a luta diária em pequenas conquistas.
Não à toa, para esta edição do Outubro Rosa,
celebrando os dez anos de campanha no Brasil, trouxemos o tema
#CompartilheSuaLuta: é preciso estimular as pessoas
que enfrentam o câncer de mama a dividirem suas dúvidas, dificuldades,
aprendizados e vitórias com ONGs e grupos de pacientes que enfrentam os mesmos
desafios. Desta forma, universalizam-se as questões enfrentadas individualmente
na doença, tornando cada ONG e cada paciente um agente transformador da
realidade.
Compartilhando questões
e medos, vamos ao encontro de respostas e de coragem que emanam deste apoio,
inclusive na busca por direitos ligados à assistência em saúde. Toda trajetória
pode inspirar e fortalecer aqueles que mais precisam de suporte, vendo que é
possível aprender, engajar-se e mudar não somente a sua história em particular,
mas a de todas aquelas que lutam contra o câncer de mama.
Unimo-nos, assim, a familiares e amigos que
oferecem amparo e atenção ao paciente de câncer. Formamos uma rede junto a
pessoas que passam por desafios semelhantes e que são importantes fontes de
informação, empatia e inspiração. Compreendendo a delicadeza e as
particularidades do momento, as associações de pacientes estão prontas para
auxiliar no acesso a tratamentos, bem como com suporte psicológico,
nutricional, fisioterápico e legal.
Na Femama, somos 74 ONGs
espalhadas por quase todo o território brasileiro. São milhares de ouvidos,
sorrisos, corações, olhares atentos e braços abertos. Para facilitar o encontro
entre essas pessoas, desenvolvemos um aplicativo que visa conectá-los: o
Mamatch - com ele, queremos promover a formação de uma rede de interesse e
informação relacionada ao câncer de mama, conectando pacientes, familiares,
ONGs e pessoas envolvidas no enfrentamento da doença.
Compartilhar a luta não significa apenas contar
histórias e vivências. Compartilhar a luta transcende tal ideia: acompanhar
cada passo, do início ao fim. É partilhar a fase mais desafiadora já vista e
tirar, nem que seja um pouquinho, o peso que o paciente carrega nas costas, na
maioria das vezes, sozinho.
*Maira
Caleffi é
presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de
Apoio à Saúde da Mama (Femama) e Chefe do Serviço de Mastologia do Hospital
Moinhos de Vento.
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