Um estudo realizado pela Universidade Federal
do Ceará mostrou que além de prejudicar a saúde física e mental da mulher, a
violência doméstica também tem impacto na economia do país. Isso porque ela
custa ao mercado de trabalho cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores calcularam o número de
mulheres agredidas dentro de casa que precisam faltar no emprego, com base na
Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica Familiar contra a
Mulher (PCSVDF Mulher) e na Lei Maria da Penha.
A pesquisa estima que, em média, mulheres que sofreram violência dentro
de casa faltem 18 dias no trabalho, anualmente. Além disso, elas também ficam
empregadas cerca de 20 meses a menos, quando comparadas às mulheres que não
foram violentadas. A situação se estende ao salário que é 10% menor.
“O país perde como um todo, pois essas mulheres não colaboram para o
processo diário que fomenta a economia e tampouco contribuem para trazer a
inovação/desenvolvimento, onde quer que atuem. Consequentemente, elas também
trazem prejuízos financeiros – tanto para as empresas, quanto para o Governo
(INSS). Após constantes faltas no trabalho, muitas vezes essas mulheres são
afastadas, por licença médica, para realizar algum tipo de tratamento físico ou
psicológico. A violência doméstica é um verdadeiro crime contra a mulher e
contra a Nação”, defende a advogada Dra. Christiane Faturi Angelo Afonso.
Outro levantamento chamado de “Pesquisa Condições Socioeconômicas e
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher”, mostrou que 27% das
nordestinas entre 15 e 49 anos já foram vítimas de violência doméstica ao menos
uma vez na vida.
O estudo mostrou ainda que 23% das nordestinas agredidas recusaram ou
desistiram do emprego porque o companheiro era contra. Entre as não agredidas,
o percentual fica em torno de 9%.
No lançamento da pesquisa, Fátima Pelaes, secretária nacional de
Direitos da Mulher da Presidência da República, enfatizou a relevância de olhar
para o problema também pelo viés econômico. “É importante que a sociedade
entenda que a violência doméstica está impactando a economia do país. As
empresas precisam entender isso. Precisamos envolver todo mundo nessa luta”,
alegou.
Com informações da Agência Brasil
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