O tema é espinhoso. Mas é real. Quanto mais cedo for
tratado, mais cedo deixará de se transformar de espinhoso em conflituoso. São
três vertentes. O funcionalismo público caríssimo pro cidadão-contribuinte, os
poderes, e as despesas públicas. Somados esses três elementos inviabilizaram e
os custos do Estado brasileiro, repetindo-se nos estados e municípios.
Ficou insustentável. Enquanto havia ambiente aumentaram-se os impostos.
Com a carga tributária no teto em relação ao mundo, o Brasil tem que resolver essa
equação pelo caminho da redução das despesas do Estado.
Com a politização do serviço público brasileiro a
partir de 1991 pela entrada do sindicalismo em território virgem, através das
centrais sindicais, em especial a CUT, o serviço público aprendeu a fazer greve
e a defender direitos cada vez mais crescentes. No período FHC, com seu viés de
esquerda, abriu os cofres pro serviço público. Nem é preciso dizer o que
houve nos governos petistas.
Hoje, os salários no serviço público são muito
superiores aos de idêntica função no mercado privado. Porém, a produtividade é
muito inferior. Sucessivos reajustes salariais e o inchamento da máquina
pública com funcionários, a partir das coligações partidárias de 1997 em
diante, entupiu o serviço público de gente ociosa. Logo, de custos crescentes.
A mesma bolha alcançou os poderes. Todos os poderes:
Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas e por conta da farra as
empresas estatais, saíram completamente da realidade brasileira. Salários altos
e penduricalhos a títulos de compensações. Algumas vergonhosas! No plano
federal e nos estados.
Por fim, o déficit público nacional, próximo de R$
200 bilhões em 2019, acendeu perigosa luz vermelha no painel. Sem poder
aumentar os impostos, governos terão que tomar atitudes. A primeira delas é
cortar custos. E pra isso terão que furar todas as bolhas. Imagino as reações.
Ninguém querendo perder vantagens, o clima ficará muito azedo.
Em Mato Grosso já se fala abertamente em Planos de
Demissão Voluntária-PDV, pra funcionários estáveis de uma série de autarquias.
Vai generalizar. No plano federal será uma tempestade. Muita gente deixando o
emprego e descobrindo a dureza da vida sem o salário depositado no fim do mês,
faça sol ou faça chuva. Volta à escola pra reaprender e a percepção dura de que
a vida não cabe dentro de bolhas de vantagens!
Fico cá imaginando que, finalmente, a minha
geração parece enxergar um tempo de eficiência e de baixo custo do Estado que
nos governo, depois de ciclos de farra com os nossos impostos.
ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.
.jpg)
0 comentários:
Postar um comentário