O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
afirmou que a "carta branca" concedida ao juiz Sérgio Moro no comando
do futuro Ministério da Justiça e Segurança Pública não será uma exclusividade
do magistrado. Em entrevista à RedeVida de Televisão, transmitida na noite de
quinta-feira (1º-11-18), Bolsonaro disse que todos os outros ministros terão
liberdade para montar suas equipes e pautar demandas. "O que estou
cobrando é produtividade", respondeu sobre a extensão da "carta
branca" aos outros ministros.
Entretanto, ponderou que apesar da "carta branca", as decisões
tomadas por todos os ministros, passarão primeiro por sua avaliação, antes de
serem comunicadas para a imprensa e para o Congresso. "Foi assim que
coloquei para o Paulo Guedes, quando falei que não entendia de economia. Não
preciso ser médico para nomear ministro da Saúde. O que queremos é inflação
baixa, taxa de câmbio controlada, não aumentar dívida interna, não aumentar
carga tributária. Ele (Paulo Guedes) é renomado dentro e fora do Brasil. Temos
que acreditar nele. Não temos outra alternativa. Como está o Brasil, a
tendência é quebrar é transformar-se numa Grécia. Essa carta branca ele
tem", acrescentou.
A sua orientação para os líderes das pastas é de que todos, sem exceção,
não manifestem opinião além de sua área, sem antes conversarem com o
responsável pelo departamento. O presidente eleito considera a medida uma forma
de evitar oportunidades de críticas da oposição e controlar o alinhamento
estratégico no governo. Sobre a nomeação das outras pastas, Bolsonaro disse que
também está ouvindo indicação de parlamentares. "Não tenho pressa para
essa definições. Não podemos correr, porque o que está em jogo é a minha
credibilidade. Talvez na próxima semana anuncie mais um", limitou-se a
responder.
Bolsonaro espera ainda aprovar logo no início do mandato o que chama de
"pacotão" de medidas, sem grandes percalços de apoio. "Teremos
oposição de esquerda que fará oposição pela oposição, foi assim que sempre
fizeram", argumentou. Antes de assumir o mandato, em 1º de janeiro de
2019, a sua equipe tentará evitar a votação de pautas bombas no Congresso e
seguir o andamento da apreciação de temas importantes, como a reforma da
Previdência. "Vamos analisar o último texto da reforma e ver o que pode
ser tirado ou brigado para votar. Alguma coisa tem de ser aprovada. O Brasil
continua, não pode parar e ficar esperando dois meses até um presidente
assumir", declarou.
Ao ser questionado sobre os trâmites para a cerimônia de posse, como o
desfile em carro aberto, Bolsonaro respondeu que seguirá
"religiosamente" as orientações de segurança. "Conseguimos
entrar na máquina para quebrar, mas só quebraremos comigo vivo", concluiu.

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