310 policiais
federais atuam nesta sexta-feira (09-11-18) no cumprimento de execução de
mandados na Operação Capitu. A operação cumpre 63 mandados de prisões e
buscas e apreensões em Mato Grosso, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de
Janeiro e Paraíba. Somente em Mato Grosso, foram cumpridos um mandado de prisão
temporária em Rondonópolis e dois em Lucas do Rio Verde, em uma casa e num
posto de combustíveis.
Todas as ações em
Mato Grosso estão relacionadas a pessoas ou propriedades ligadas ao deputado
federal e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Gueller. Ele é acusado de
participação ativa em uma organização criminosa que movimentou ao menos R$ 37 milhões dos cofres públicos.
O Inquérito foi
instaurado em maio deste ano, baseado em declarações prestadas por Lúcio
Bolonha Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e
agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no Mapa em 2014 e 2015.
A Operação Capitu é
desdobramento da Lava-Jato e foram
detidos, além do deputado federal eleito Neri Geller (PP), o dono da JBS,
Joesley Batista, o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB), além
de outras 7 pessoas.
O grupo dependia de normatizações e
licenciamentos do Mapa e teria passado a pagar propina a funcionários do alto
escalão do ministério em troca de atos de ofício, que proporcionariam ao grupo
a eliminação da concorrência e de entraves à atividade econômica,
possibilitando a constituição de um monopólio de mercado.
Segundo informações da PF, o grupo teria financiado
ilegalmente a campanha de um deputado federal para a presidência da Câmara dos
Deputados em troca de interesses corporativos. O valor utilizado para o
financiamento seria de R$ 30 milhões. A PF revelou que uma das maiores
redes de supermercado do país também teria integrado a engrenagem de lavagem de
dinheiro oriundo do esquema, repassando aos destinatários finais os valores
ilícitos em dinheiro vivo e em contribuições “oficiais” de campanha.
Os envolvidos são: Antonio Andrade, vice-governador
de Minas e ex-ministro da Agricultura de março a dezembro de 2014 - Joesley
Batista, dono da JBS - Ricardo Saud, executivo da JBS - Demilton de
Castro, executivo da JBS - João Magalhães, deputado estadual
pelo MDB de MG - Neri Geller, deputado eleito pelo PP de MT -
Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária - Mateus de
Moura Lima Gomes, advogado - Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado - Ildeu
da Cunha Pereira, advogado.
Todos os acusados estão indiciados pelos crimes de
constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça,
corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentre outros. Caso
haja condenação, as penas máximas poderão variar entre 3 e 120 anos de prisão,
proporcionalmente à participação de cada investigado.
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