A taxa de informalidade entre as pessoas
que entraram no mercado de trabalho atingiu 74,2% de 9,4 milhões de pessoas que
começaram a trabalhar no segundo trimestre. O valor é muito maior do que os 39%
de informalidade em relação ao número total de pessoas empregadas no país, que
são 91,2 milhões de ocupados. Os dados foram divulgados hoje (13-11-18) pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O saldo final foi de 600 mil trabalhadores a
mais no mercado de trabalho, passando de 90,6 para 91,2 milhões, na passagem do
primeiro para o segundo trimestre de 2018. A rotatividade, no entanto, continua
alta: 8,8 milhões que estavam ocupados ficaram desempregados ou saíram da força
de trabalho, em contraposição aos 9,4 milhões de inativos ou desocupados que
conseguiram trabalho.
A conclusão do Dieese é que a maioria dessas pessoas que entraram no
mercado de trabalho no segundo trimestre ingressou em trabalhos precários:
maior informalidade, menor cobertura previdenciária, ocupações típicas de uma
economia com baixo dinamismo (especialmente para as mulheres) e rendimentos
inferiores à metade do mercado de trabalho em geral.
Setor privado
Dos “novos ocupados”, 22,6% (2,1 milhões) foram contratados sem carteira
pelo setor privado e 16,8% com carteira também pelo setor privado. A maior
parte desses novos ocupados, 34,6% (3,3 milhões), foram trabalhar por conta
própria, a maioria (86,2%) sem formalização – só 14% contribuiu para a
Previdência.
Uma em cada cinco mulheres (20%) foi contratada como empregada doméstica
no segundo trimestre, a maior parte sem carteira (887 mil), enquanto apenas 78
mil tiveram a carteira assinada. Cerca de 30% das mulheres que entraram no
mercado de trabalho foram trabalhar por conta própria. Entre os homens, entre
os maiores índices, estão os 39,2% que foram trabalhar por conta própria (1,8
milhão) e os 30% sem carteira assinada (1,3 milhão).
Dos “novos ocupados” nas categorias de trabalho por conta própria, 71%
concentraram-se em 20 ocupações, a maior parte ligada a atividades manuais ou
de prestação de serviços e vendas. O Dieese destaca os vendedores a domicílio
(281 mil), agricultores (276 mil) e pedreiros (275 mil). Também aumentou a
participação em ocupações que, segundo o instituto de pesquisa, geralmente
crescem em períodos de baixo dinamismo econômico, como condutores de automóveis
(88 mil) e vendedores ambulantes (77 mil, de alimentação, e 59 mil, os demais).
Agência Brasil
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