O número de imigrantes da Venezuela no Brasil
deve praticamente dobrar em 2019 e chegar a 190 mil pessoas. A ONU, autora do
levantamento, teme que os venezuelanos enfrentem fome, falta de abrigo,
violência e estima que o governo brasileiro precisará de US$ 56 bilhões em
ajuda internacional para lidar com a crise.
"A região terá de responder, em algumas áreas, como se fosse um
terremoto. Vivemos um terremoto humanitário", disse Eduardo Stein,
representante especial da ONU para a crise na Venezuela. O fluxo, que era de 18
mil pessoas por dia em agosto entrando no Brasil, agora está em cerca de 5 mil.
"É um movimento sem precedentes."
Esta é a primeira vez que a situação é classificada como "crise humana". A ONU estima que uma resposta custará no total US$ 736 milhões. Com o dinheiro solicitado, a ONU espera ajudar 2,2 milhões de venezuelanos.
Cerca de 500 mil cidadãos de países vizinhos também seriam beneficiados.
O ritmo do êxodo continuará crescendo em 2019, segundo a ONU. Até dezembro
de 2019, mais 2 milhões de venezuelanos deixarão o país, elevando o êxodo para
5,3 milhões de pessoas. Destas, 3,6 milhões precisarão de ajuda, incluindo 460
mil crianças.
O país mais afetado será a Colômbia, com a expectativa de receber um
total de 2,3 milhões de pessoas. Quase 1 milhão entrará apenas em 2019. Por
isso, 43% dos recursos pretendidos pela ONU serão destinos para Bogotá. O
Equador receberá 16% e o Peru, 14%.
Até o fim deste ano, 88,9 mil venezuelanos terão entrado no Brasil, diz
a ONU. A partir de novembro, uma média de 400 a 500 pessoas passaram a cruzar a
fronteira em direção ao País, "muitos em condições desesperadoras e
precisando de ajuda humanitária urgente".
"Projeta-se que haverá cerca de 190 mil refugiados e imigrantes da
Venezuela no Brasil ao final de 2019, incluindo 86 mil novas chegadas ao longo
do ano", afirma a organização em seu plano.
A organização acredita que o Brasil precisará de ajuda. Para 2019, a ONU
apela a doadores internacionais que enviem ao Brasil pelo menos US$ 56 milhões
para atender ao fluxo de venezuelanos, além de reforçar saúde e escolas para
cerca de 110 mil brasileiros na região de fronteira. O pacote inclui alimentos,
material higiênico e água. Novos abrigos devem ser erguidos e programas serão
criados para treinar funcionários públicos e acelerar o processo de registros.
Para a ONU, essa população não voltará tão cedo para a Venezuela.
Estudos mostram que quando alguém foge de seu país não há um retorno em pelo
menos três anos - isso se houver uma solução no país de origem. Por isso, os
imigrantes precisam ser qualificados e integrar o mercado de trabalho local. O
desafio do Brasil será a integração dos venezuelanos: 49% do dinheiro recolhido
será destinado para promover a coexistência entre venezuelanos e populações
locais e 28% irão para ajuda humanitária.
As informações são do jornal O
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