A operação cumpre
60 ordens judiciais, sendo 25 mandados de prisão preventiva e 35 buscas e
apreensões nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, São Félix do Araguaia, Chapada
dos Guimarães, Campo Verde, Tangará da Serra, Juína e Rondonópolis.
A organização
criminosa operava no agenciamento de candidatos que não detém capacidade
técnica, para serem aprovados nos exames práticos e teóricos de direção
veicular. Eles eram cooptados a fazer o pagamento da CNH, sem necessidade de
realizar os testes, apenas assinavam as listas de presença e os laudos de
provas. Após iam embora sem realizá-los.
A operação “Mão
Dupla”, deflagrada no início da manhã desta quarta-feira (05-12-18), pela
Polícia Civil, investiga pagamentos de valores que variavam de R$ 1 mil a R$ 4
mil para aprovações sem a necessidade de testes.
Os valores eram
pagos aos representantes das autoescolas, que por sua vez repassavam aos
servidores da banca examinadora do Detran. A afirmação é embasada em depoimento
de 21 candidatos interrogados pela Civil.
Os mandados foram
expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
O delegado Sylvio
do Vale Ferreira Junior, que conduz a operação, disse que os condutores de
veículos em Mato Grosso que obtiveram a carteira nacional de habilitação (CNH)
mediante pagamento de propina a examinadores e donos de auto escolas, sem fazer
aulas e testes, terão seus documentos cancelados.
Segundo Sylvio do Vale, a Polícia Civil ainda não
conseguiu apurar o número de pessoas que se beneficiaram do esquema criminoso
operado no Departamento estadual de Trânsito (Detran-MT). Isso porque, segundo
apontaram as investigações, a quadrilha já atua há 10 anos.
Ainda conforme o delegado, algumas carteiras de
habilitação já foram canceladas pelo Detran, que conseguiu identificar casos de
fraude. Por ser um esquema antigo, o delegado acredita que o número de
envolvidos é maior e, segundo ele, a operação também visa identificar todas
essas pessoas, como servidores que já estejam aposentados, por exemplo.
Os nomes dos alvos da operação também não foram
divulgados, apenas o de Silvio Bueno, examinador do Detran que é apontado como
o líder da organização criminosa. “É ele que coordena todo esse esquema e ele
que faz as escalas de viagem. A partir desse momento em que são marcadas as
provas práticas, é onde é consumado o crime. As escalas são montadas dentro do
Detran e eles [examinadores] já saem daqui pra realizar a prova prática já
pré-determinado quem seriam os candidatos aprovados”, explica o delegado.
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