O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro,
afirmou que não cabe ao Brasil interferir na
condenação de Cesare Battisti e que o asilo concedido ao italiano anos atrás
teve motivações "político-partidárias".
"A
Itália é um país que tem o Judiciário forte, independente e não cabe ao Brasil
ficar avaliando o mérito ou não da condenação", disse Moro a jornalistas
no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição.
"Na minha avaliação, o asilo que foi concedido a ele (Battisti) anos atrás
foi um asilo com motivações político-partidárias e em boa hora isso foi
revisto."
O italiano
foi condenado em seu país à prisão perpétua por quatro assassinatos nos anos
1970. Na última quinta-feira, 13, o ministro do Supremo Luiz Fux revogou uma
liminar que concedia habeas corpus a Battisti, determinou sua prisão cautelar e
abriu caminho para sua extradição.
Battisti
ainda não foi encontrado pela Polícia Federal. Ele é oficialmente considerado
foragido. Neste domingo, 16, a PF divulgou 20 imagens de Battisti com disfarces
que ele pode estar usando para driblar os investigadores que o procuram.
Moro disse
que os países têm que cooperar contra a criminalidade e que a cooperação
jurídica internacional não pode ser movida por critérios políticos partidários.
"Ele
(Battisti) retornando à Itália, esperando que ele seja encontrado, cabe a ele
levar as reclamações quanto eventual injustiça da condenação para os órgãos de
justiça italianos que têm plenas condições de decidir qualquer problema que
tenha havido eventualmente na condenação", declarou o ex-juiz da Lava
Jato.
Moro destacou
ainda que considera as Cortes de justiças italianas "notórias pela sua
independência".

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