Depois de seis anos
na direção da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, o médico Antonio Preza
renunciou nesta terça-feira (29-01-19) a presidência da entidade. Ele disse que
a decisão foi tomada no
último fim de semana, provocada pelas dificuldades financeiras que a instituição
está enfrentando há meses e por conta de atrasos frequentes do poder público e,
consequentemente, o atraso no salário dos servidores.
A instituição hoje tem 04 folhas de pagamentos vencidas,
décimo terceiro atrasado, médicos estariam até 08 meses sem receber,
fornecedores sem previsão de acertos ou acordos, entre outros.
Com a renúncia de
Antônio Preza, o comando da entidade deve passar para o vice-presidente, Carlos Coutinho.
Antônio Preza demonstrou muita contrariedade e
insatisfação com a prefeitura de Cuiabá que tem retido recurso fundamentais
para gerir a casa de saúde. Ele disse que uma emenda da bancada federal, no
valor de R$ 12,4 milhões, está há 20 dias na conta do Fundo Municipal de Saúde
e ainda não foi repassada à unidade.
Preza diz que sua renúncia tem o
objetivo de "facilitar resultado positivo" quanto à liberação desses
recursos.
"Ao longo dos últimos 6 anos estivemos à
frente da diretoria e que foi uma experiência inimaginável para minha vida, mas
nos últimos tempos estamos passando por dificuldades financeiras extremas que
seriam amenizadas com a liberação, mas não consegui que esta liberação
ocorresse. Essa diretoria conseguiu fazer grandes mudanças na nossa estrutura
física, mas em relação ao custeio não conseguimos avanços. Todas as nossas
contas foram aprovadas por unanimidades pelas Assembleias Gerais da sociedade.
Agradeço a Deus a oportunidade que me foi dada e agradeço a família,
principalmente minha esposa Telma que foi incansável ao vir ao meu
auxílio", diz trecho da carta em que ele explica a renúncia.
Ainda segundo informações, a unidade estaria com 3
folhas de pagamento de salário em aberto, além do 13° salário dos
profissionais. Médicos que recebem por serviços prestados estão há 6 meses sem
pagamentos.
"São as informações que ouvimos pelos
corredores. Os médicos que estão aqui continuam na garra e sem forças. É muito
tempo sem receber sem contar que meu filho está na oncologia infantil e todas
as máquinas foram retiradas porque também recebemos informações da psicologia
que a ala será fechada por falta de recursos e nenhum paciente está sendo
internado no local", disse uma fonte ouvida pelo , que preferiu não
se identificar.
Vários movimentos grevistas e paralisações foram
realizados pelos profissionais no ano passado com objetivo de chamar atenção da
administração pública sobre a situação caótica em que o hospital enfrentava.
Em um dos movimentos, os funcionários paralisaram
70% da unidade e os reflexos foram percebidos no Hospital e Pronto-Socorro
Municipal de Cuiabá (HPSMC), localizado a poucos metros.
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