A posse de Jair Bolsonaro (PSL) como presidente da
República foi capaz de garantir alta de 7,49% na Bolsa ainda na primeira
quinzena de 2019 - mais do que rendeu o CDI (taxa que anda de mãos dadas com a
Selic) durante todo o ano de 2018. Trata-se do início de governo mais otimista
desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula (PT), em 2003. Diante da
escalada, muitos investidores questionam se ainda há espaço para surfar nessa
onda.
Especialistas, porém, indicam que esta é a hora de
observar movimentos, pois a lua de mel pode ser mais curta que o esperado.
Nos primeiros 15 dias de 2003, quando assumiu o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), posteriormente condenado e preso
na Operação Lava Jato, o Ibovespa avançou 8,04%. Em seu segundo mandato, Lula
viu o índice recuar 3,49% no período, reflexo de dúvidas do mercado de que ele
seria capaz de manter a economia nos trilhos.
Já em 2011, a ex-presidente cassada Dilma Rousseff
(PT) era vista como herdeira de um trabalho positivo feito por seu antecessor, recebendo
o que o analista Pedro Guilherme Lima, da Ativa Investimentos, chama de
"voto de confiança".
O resultado foi uma Bolsa com alta de 2,36% nos
primeiros 15 dias de governo. Já no início de 2015, o mercado sinalizava a pior
crise econômica dos últimos tempos com o segundo mandato de Dilma e recuava
5,07% - movimento também visto quando seu sucessor assumiu o Palácio do
Planalto em maio de 2016: com a entrada de Michel Temer (MDB), o índice caiu
7,87% em uma quinzena.
"Após um longo período de pessimismo
econômico, agora em 2019 vemos medidas mais positivas em busca de equilíbrio e
melhora da economia - e isso reflete nos números", diz Lima.
Para ele, o quadro atual era esperado e fruto de
uma equipe econômica que agradou o mercado, liderada por Paulo Guedes, ministro
da Economia. "Temos indicações de que serão tomadas atitudes pró-mercado,
com postura mais liberalista e reformista. Assim, o mercado reage
positivamente."
"Agora temos um cenário completamente
diferente, com o mercado dando um grande voto de confiança à nova equipe, o que
é bom. Isso explica os números, mas o limite desta lua de mel é curto e depende
da reforma da Previdência", diz Jefferson Laatus, operador do mercado e
sócio do Grupo Laatus.
Segundo ele, definições como as presidências da
Câmara e do Senado no próximo mês e do impasse comercial entre China e Estados
Unidos também podem afetar o ritmo do mercado. "Não dá para achar que a
Bolsa vai bater um recorde atrás do outro. A popularidade de um governo dura,
em média, 100 dias. Por isso, é momento de esperar para investir para, quem
sabe, obter mais direcionamento."
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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