O presidente em exercício general Hamilton
Mourão afirmou nesta segunda-feira, 28, que o gabinete de crise do governo está
estudando a possibilidade de a diretoria da mineradora Vale ser afastada de
suas funções durante as investigações sobre o desastre que aconteceu na semana
passada em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.
"Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo
de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de atuação que eles estão
levantando", disse a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto. Mourão,
no entanto, admitiu não saber se o grupo pode fazer tal recomendação.
"Tenho que estudar, não tenho certeza", afirmou.
O gabinete de crise se reuniu na manhã desta segunda. Participaram da
reunião os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da
Presidência, Gustavo Bebianno, da Secretaria de Governo, general Santos Cruz,
de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de Minas e Energia, Almirante
Bento, e de Defesa, Fernando Azevedo.
O general defendeu uma punição rigorosa para os culpados, inclusive
criminalmente. "Primeiro a punição que dói no bolso, que já está sendo
aplicada; e segundo, se houve imperícia, imprudência ou negligência por parte
de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente.
Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas nisso daí?", disse.
Mourão destacou também que a primeira parte da ação já está sendo feita
agora com o rescaldo da área, o socorro às vítimas e o resgate de corpos.
"Infelizmente, a cada dia que passa é menos provável que a gente encontre
alguém com vida, mas não podemos perder as esperanças", disse.
Questionado sobre se, após o desastre, o governo poderia fazer uma
defesa mais enfática do meio ambiente, levando o tema para o centro das
decisões, Mourão afirmou que o presidente Jair Bolsonaro já sinalizou tal
posição no Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça, por conta da discussão
sobre a permanência do Brasil no Acordo de Paris.
"Eu também já disse que nós não podemos nos furtar, que essa é uma
questão moderna. Aumentou demais o número de pessoas na terra, a exploração
econômica de modo que a gente possa alimentar essas pessoas todas é enorme a
gente tem que, de todas as formas preservar, porque é o nosso planeta né, se
não vamos ter que viver em Marte", disse.
Mourão voltou a defender que as buscas por sobreviventes ou por corpos
de vítimas devem ser feitas por grupos especializados, como o Corpo de
Bombeiros e as forças de Israel. Ele também afirmou que a tragédia não deverá
ser tratada na reunião do conselho de ministros marcada para esta terça.
"Vamos aguardar o retorno do presidente que voltará zerado, pronto para
correr, nadar e fazer tudo o que tem direito", disse.
Mourão assumiu a presidência da República interinamente nesta manhã
porque o presidente Jair Bolsonaro passa por uma cirurgia em São Paulo para a
retirada da bolsa de colostomia. Segundo Mourão, a previsão é que a cirurgia
acabe por volta das 13h.
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