O presidente Nicolás Maduro afirmou na
sexta-feira (08-02-19) que seus adversários na Venezuela, com o auxílio dos
Estados Unidos, são os artífices da suposta crise humanitária, com o propósito
de prejudicar a soberania nacional e justificar a derrubada do governo.
"A soberania nacional está sob ameaça de ser fragilizada com um
show chamado operação humanitária pelo governo de Donald Trump, que tem
ameaçado uma invasão militar contra a Venezuela", afirmou Maduro em
entrevista coletiva no palácio de governo.
A declaração ocorre um dia após os primeiros caminhões com ajuda
humanitária terem chegado à cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta. "A
ajuda humanitária se converteu num show para justificar uma intervenção no
país", insistiu Maduro. Segundo ele, isso ocorre enquanto "nos
bloqueiam quase US$ 10 bilhões no mundo", em referência a sanções
americanas contra seu governo.
A oposição venezuelana tem prometido entregar a ajuda humanitária, mas
ainda não se sabe o mecanismo para conseguir isso, já que a passagem fronteiriça
foi bloqueada por militares. Não se sabe tampouco o comportamento dos
militares, principal base de apoio do governo de Maduro, quando os opositores
conseguirem entrar com carregamentos no território venezuelano.
O deputado Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e que em 23 de
janeiro se declarou presidente interino do país, desafiando Maduro, promoveu a
iniciativa de receber ajuda internacional. Nesta sexta-feira, ele qualificou
como "miseráveis" as autoridades que não permitem a entrada de ajuda.
"Não é capricho, não é migalha, é necessidade", afirmou ele durante
ato com milhares de jovens na estatal Universidad Central de Venezuela (UCV),
em Caracas.
Também na capital, o Tribunal Supremo de Justiça, controlado pelo
governismo, declarou nula a lei que regeria a "transição política",
aprovada pela Assembleia Nacional, caso caia o governo Maduro. A sentença
afirma que a Assembleia Nacional cometeu "um assalto ao Estado de
Direito" e pretende realizar "uma ruptura na ordem
constitucional", pedindo ao Ministério Público que investigue supostos
crimes no comportamento dos deputados.
Fonte: Associated Press.
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