Uma
pesquisa de acadêmicos das universidades de Stanford e de Nova York, nos
Estados Unidos (EUA), mostrou impactos positivos em pessoas que pararam de usar
a rede social Facebook durante um período. O estudo verificou entre os
entrevistados um aumento do “bem-estar”, melhoria na socialização offline,
redução da polarização política e uma queda do tempo de presença na plataforma
após o fim do levantamento.
O
trabalho, que envolveu 2,8 mil pessoas residentes nos EUA, constatou que a
interrupção reduziu o tempo em redes sociais, “liberando” em média uma hora por
dia dos participantes. Eles relataram ter se dedicado a outras atividades, como
assistir televisão e socializar com familiares e amigos.
Os
autores também examinaram o acompanhamento de notícias e o engajamento
político, incluindo a polarização das pessoas envolvidas. Esse último termo
mostra a intensidade de discordância de pontos de vista, fenômeno indicado por
outros estudos como um dos efeitos do uso de redes sociais diversas.
Foi
observada uma queda de 15% no tempo dedicado a notícias. As pessoas fora da
rede social acompanharam menos questões de atualidade política e iniciativas de
governantes, como do presidente Donald Trump. Os autores não conseguiram
detectar impacto na participação política, como a decisão de não participar das
eleições legislativas norte-americanas.
Contudo,
o estudo verificou uma diminuição da polarização e exposição a mensagens com
conteúdos de críticas fortes a determinadas visões políticas. Houve queda no
índice formulado pelos autores. Contudo, eles alertam para o fato de que esse
resultado não foi significativo e não pode ser generalizado como uma mudança de
postura em relação a temas como o partido de preferência, por exemplo.
Bem-estar
Também
foram analisados indicadores relacionados ao bem-estar das pessoas que
participaram do estudo. “A desativação da rede social trouxe pequenas, mas
significativas melhorias no bem-estar e, em particular, em registros de
felicidade, satisfação de vida, depressão e ansiedade”, concluíram os
acadêmicos. Na escala utilizada, esses impactos foram equivalentes a cerca de
25% a 40% de efeitos percebidos em intervenções psicológicas, como terapias
individuais e em grupo.
Uso do
Facebook
Outro
ponto avaliado foi a continuidade do uso do Facebook pelos participantes. Eles
relataram, em média, um tempo na plataforma 23% menor do que o dispendido pelas
pessoas que não desativaram as contas e também foram acompanhadas no estudo.
“Os participantes relataram que estavam passando menos o Facebook, tinham
desinstalado o app de seu telefone e estavam fazendo um uso mais decidido da
plataforma”, diz o texto.
Segundo
os autores, essas respostas vão ao encontro da percepção de impactos positivos
na vida dos usuários, ao encerrar ou reduzir o engajamento na rede social. “A
desativação fez com que as pessoas apreciassem mais o Facebook, tanto em seus
impactos positivos quanto negativos em sua vida”, destaca a pesquisa.
Procedimentos
O
levantamento avaliou 2,8 mil usuários da rede social e convidou-os a
interromper o uso durante um mês, especificamente na reta final das eleições
legislativas promovidas no ano passado nos Estados Unidos. Foram avaliadas
tanto pessoas que desativaram seus perfis quanto aquelas que não o fizeram,
técnica chamada em pesquisas de “grupos de controle”.
Agência Brasil
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