O transtorno erétil, antigamente chamado de
impotência sexual é a incapacidade permanente de obter ou de manter uma ereção
rígida o suficiente para uma relação sexual satisfatória. O transtorno erétil
pode ser orgânico ou psicológico, ou uma combinação de ambos, mas, em homens
jovens e de meia-idade, a causa é geralmente psicológica.
A maior parte dos homens, em algum momento da vida, teve um problema
pontual relacionado a ereção em alguma relação sexual, o famoso broxar. É
preciso entender, no entanto, que a ocorrência de um evento esporádico não se
constitui em um transtorno erétil e sim em uma disfunção erétil pontual que
ocorre durante uma relação sexual.
A ocorrência de problemas relacionados à ereção, há aumento expressivo
relacionado à idade, em particular depois dos 50 anos de idade. Entre homens na
faixa etária de 40 a 80 anos, 13 a 21% queixam-se de problemas eréteis
ocasionais. Em torno de 2% daqueles com idade abaixo de 40 a 50 anos queixam-se
de problemas frequentes com ereções, enquanto 40 a 50% dos homens acima de 60 a
70 anos podem ter problemas significativos com ereções.
Cerca de 100 milhões de homens no mundo apresentam disfunção erétil,
sendo essa a disfunção sexual mais comum em pessoas após 40 anos. No Brasil
mais de 50% dos homens após os 40 anos apresenta problemas desta natureza.
As causas psicológicas estão entre as que mais desencadeiam a disfunção
erétil, especialmente quando o paciente é mais jovem. Em momentos de estresse e
ansiedade, ocorre um aumento na liberação de adrenalina pelo corpo, que diminui
o calibre dos vasos sanguíneos e dificulta a chegada de sangue até o pênis.
Portanto, se um homem vive ansioso ou estressado, pode ter sua ereção
prejudicada.
Situações que são comumente associadas a
disfunção erétil
1. Depressão: a depressão é mais uma causa emocional que pode provocar
impotência. Considerada como o mal do século, essa doença tem como sintomas a
tristeza profunda e a falta de prazer em atividades que antes o paciente
sentia. Dessa forma, ocorre a diminuição e perda de libido, que provoca a
disfunção erétil.
2. Problemas vasculares: doenças como a hipertensão, diabetes,
colesterol elevado e a aterosclerose, provocam o enrijecimento das paredes dos
vasos sanguíneos e interferem na quantidade de sangue que chega até o pênis.
Como a ereção depende do fluxo sanguíneo para ser obtida, problemas na
circulação podem causar impotência.
3. Desequilíbrio hormonal: os problemas hormonais também são uma das
causas da disfunção erétil, sendo as baixas concentrações de testosterona o que
mais provoca esse problema. Isso acontece porque o hormônio masculino exerce um
papel indispensável na execução de uma boa ereção e, em taxas insuficientes,
esse ato é prejudicado.
4. Procedimentos cirúrgicos e radioterapia: algumas cirurgias, especialmente
as intestinais ou as realizadas na próstata, podem lesionar vasos e nervos
fundamentais para a ereção. Dessa forma, causar a disfunção erétil. Pelo mesmo
motivo, os tratamentos radioterápicos realizados na região pélvica (abaixo da
cintura), também podem ser os grandes vilões quando o assunto é impotência
sexual.
5. Traumas penianos: você certamente já deve ter ouvido sobre a quebra
de um pênis. Apesar de estranho, isso realmente pode acontecer. Esse tipo de
trauma costuma ocorrer durante as relações sexuais, quando os corpos cavernosos
estão repletos de sangue e torna o órgão duro o suficiente para quebrar de
maneira semelhante a um osso. Nessa condição, os tecidos internos do pênis são
danificados, o que impede que próximas ereções sejam obtidas.
6. Consumo de álcool e tabaco: as bebidas alcoólicas atuam deprimindo o
sistema nervoso e, consequentemente, provocam um relaxamento de todos os
músculos do corpo, inclusive os penianos. Essa situação impede que uma ereção
seja mantida devido à falta de tensão muscular suficiente para exercer o ato. O
tabaco atua por meio de alterações definitivas no sistema vascular e, como essa
é uma das principais causas orgânicas da disfunção erétil, esse hábito torna-se
um potente fator desencadeante de impotência.
Como prevenção das disfunções eréteis devemos saber que manter hábitos
saudáveis é o melhor caminho a seguir. Na maior parte das vezes, manter as
doenças que provocam disfunção erétil são passíveis de prevenção: Atividade
física regular, evitar bebidas alcoólicas, tabaco, drogas, manter alimentação
saudável e realizar atividade física regular.
Diferente de problemas eréteis eventuais, a doença caracterizada como
transtorno erétil para ser diagnosticado exige pelo menos um dos três sintomas
a seguir deve ser vivenciado em quase todas ou em todas as ocasiões
(aproximadamente 75 a 100%) de atividade sexual (em contextos situacionais
identificados ou, se generalizado, em todos os contextos):
1. Dificuldade acentuada em obter ereção durante a atividade sexual
(persistindo por um período mínimo de 6 meses, com sofrimento clinicamente
significativo).
2. Dificuldade acentuada em manter uma ereção até o fim da atividade
sexual.
3. Diminuição acentuada na rigidez erétil.
Existem condições em que existem que podem justificar a disfunção
sexual, neste caso, exclui-se o diagnóstico de transtorno erétil. Dentre estas
condições estão uso de medicamentos, transtornos mentais, perturbações graves
de relacionamentos e outros estressores ou outras condições médicas.
Em qualquer tipo de transtorno erétil que cause sofrimento e perturbação
significativa para a vida da pessoa, o importante é buscar auxílio médico e
psicológico. Atualmente os recursos presentes na medicina moderna permite a
resolução da maioria, quando não a quase totalidade dos casos.
Carlos Eduardo Reis de Sousa é médico e cirurgião-dentista, com pós-graduação em educação, psiquiatria e medicina do trabalho e mestrado na área de saúde coletiva. É docente de cursos de graduação e pós-graduação na área médica, escritor e palestrante.
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