Já sabemos que o consumo excessivo de açúcar é maléfico para a
saúde. E aqui incluo todos os tipos de açúcares: branco, demerara, de coco,
mascavo... Todos precisam de moderação! Carboidratos, incluindo o açúcar, são
os grandes responsáveis pela epidemia de obesidade, resistência insulínica,
diabetes e inflamação crônica silenciosa que favorece o aparecimento de doenças
como hipertensão e até mesmo o temido câncer. Então a solução seria substituir
o açúcar por adoçante?
O consumo de
alimentos sem açúcar adoçados artificialmente têm crescido muito ao redor do
mundo, por serem de baixa caloria e pelos malefícios já conhecidos do açúcar.
Essas
substâncias são frequentemente centenas de milhares de vezes mais doces que o
açúcar, e apesar de terem sido considerados seguros e bem tolerados, recentes
pesquisas científicas têm sugerido efeitos sobre a intolerância à glicose,
ativação dos receptores do paladar doce e alterações na composição da
microbiota intestinal.
O periódico
Advances in Nutrition, publicou em janeiro deste ano uma revisão científica que
comprova o efeito da sacarina, sucralose e estévia na alteração da microbiota
intestinal! Já sabemos a importância de uma microbiota saudável na regulação do
metabolismo, e por isso, temos que proteger nossas bactérias intestinais
saudáveis.
Outros
estudos publicados sugerem que o consumo de adoçantes pode levar à diminuição
da saciedade e alterar a homeostase da glicose, estando associados ao aumento
do consumo calórico e ganho de peso, contribuindo para o aumento da síndrome
metabólica e da epidemia da obesidade, apesar de ainda haver controvérsias
sobre seu mecanismo de ação, e sobre o desenho dos estudos.
Alguns
adoçantes considerados naturais, podem por sua vez apresentar efeito
probiótico, ou seja, componentes alimentares não digeríveis que estimulam
seletivamente a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis
no intestino, favorecendo a melhora da composição da microbiota intestinal.
Esse benefício pode refletir também em melhora dos processos metabólicos,
influenciando na perda de peso.
Atualmente,
atribui-se essa função aos polióis como maltitol, xilitol, taumatina,
isomaltose e lactitol, que ainda sim, devem ser usados com cautela, pois podem
causar efeitos adversos como gases e diarreia em pessoas sensíveis.
O melhor para
nossa saúde é comer comida de verdade, bichos e plantas, acostumando a sentir o
sabor natural dos alimentos sem adoçar nada, nem com açúcar, nem com adoçante.
Para o
efetivo controle da vontade de comer doces, precisamos treinar o nosso paladar
reduzindo gradativamente a exposição a alimentos doces e adoçantes, pois dessa
forma, conseguiremos dessensibilizar as papilas gustativas e aprender a apreciar
o sabor natural dos alimentos. Uma dica para controlar a vontade de consumir
doces, é utilizar alimentos como canela, chás como hibiscos, chá verde,
alimentos amargos ou simplesmente escovar os dentes. No início é preciso fazer
um esforço para a mudança e você pode estranhar, mas não demorará muito a se
acostumar. Sua saúde agradece.
Quanto menos
açúcar e adoçante, mais doce será a sua vida!
Manoela Oliveira de Souza é Médica do Trabalho com pós-graduação em Envelhecimento Saudável. Intagram: @DraManoelaSouza
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