São adolescentes que
sofrem agressões físicas ou psicológicas, que são alvo de piadas e boatos
maldosos, excluídos propositalmente pelos colegas, que não são chamados para
festas ou reuniões. O dado faz parte do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), dedicado ao bem-estar dos
estudantes.
O relatório é baseado na resposta de
adolescentes de 15 anos que participaram da avaliação. No Brasil, 17,5%
disseram sofrer alguma das formas de bullying "algumas vezes por
mês"; 7,8% disseram ser excluídos pelos colegas; 9,3%, ser alvo de piadas;
4,1%, serem ameaçados; 3,2%, empurrados e agredidos fisicamente. Outros 5,3%
disseram que os colegas frequentemente pegam e destroem as coisas deles e 7,9%
são alvo de rumores maldosos. Com base nos relatos dos estudantes, 9% foram
classificados no estudo como vítimas frequentes de bullying, ou seja,
estão no topo do indicador de agressões e mais expostos a essa situação.
A publicação faz parte das divulgações do
último Pisa avaliação aplicada pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE). Participaram dessa edição 540 mil estudantes
de 15 anos que, por amostragem, representam 29 milhões de alunos de 72 países.
São 35 países-membros da OCDE e 37 economias parceiras, entre elas o Brasil.
Em comparação com os
demais países avaliados, o Brasil aparece com um dos menores "índices de
exposição ao bullying". Em um ranking de 53 países com os
dados disponíveis, o Brasil está em 43º. Em média, nos países da OCDE, 18,7%
dos estudantes relataram ser vítimas de algum tipo de bullying mais
de uma vez por mês e 8,9% foram classificados como vítimas frequentes.
"O bullying tem sérias
consequências tanto para o agressor quanto para a vítima. Tanto aqueles que
praticam o bullying quanto as vítimas são mais propensos a faltar às
aulas, abandonar os estudos e ter piores desempenhos acadêmicos que aqueles que
não têm relações conflituosas com os colegas", diz o estudo, que
acrescenta que nesses adolescentes estão também mais presentes sintomas de
depressão, ansiedade, baixa autoestima e perda de interesse por qualquer atividade.
O levantamento mostra que os estudantes
brasileiros estão acima da média no quesito satisfação com a vida: 44,6% dizem
que estão muito satisfeitos, enquanto a média dos países da OCDE é 34,1%. Na
outra ponta, tanto no Brasil quanto na média dos países da OCDE, 11,8% dizem
que não estão satisfeitos com a vida.
No Brasil, 76,1% sentem que pertencem à
escola. Entre os países da OCDE, 73% dos adolescentes dizem ter esse sentimento
de pertencimento.
Quase todos os estudantes brasileiros (96,7%)
querem ser escolhidos para as melhores oportunidades disponíveis quando
graduarem e 63,9% querem estar entre os melhores estudantes da classe. Entre os
países da OCDE, esses percentuais são, respectivamente, 92,7% e 59,2%.
O Brasil, no entanto, aparece quase no topo
entre os países com estudantes mais ansiosos - 80,8% ficam muito ansiosos mesmo
quando estão bem preparados para provas. A média da OCDE é 55,5%. O país é
superado apenas pela Costa Rica, onde 81,2% dos estudantes relataram ansiedade
nesses casos. Mais da metade dos brasileiros, 56%, disseram que ficam tensos ao
estudar. A média da OCDE é 36,6%.
Click aqui para ler notícias da primeira página
0 comentários:
Postar um comentário